HISTORIA DE LOS MUNDIALES DE FÚTBOL
MUNDIAL 1982 –
WORLD CUP 1982 *
PARTE 5
COPA DO MUNDO 1982
EL MUNDIAL DE PAOLO
Se entrega por primera vez el Botín de Oro al campeón de goleo y el Balón de oro al mejor jugador. El italiano Paolo Rossi se adjudica los dos.
SIN LA NARANJALuego de llegar a la final en los dos mundiales anteriores, Holanda fue la gran ausente al no lograr clasificar.
NI TAN GENTIL
O zagueiro italiano Claudio Gentile marcou Zico brilhantemente, chegando ao ponto de rasgar a camisa do "galinho" dentro da área, mas o juiz israelense Abraham Klein não marcou pênalti, pois havia paralisado o lance, assinalando impedimento do jogador brasileiro. Gentile já havia exercido marcação igualmente truculenta sobre Maradona, na partida anterior.
TRI-FINALISTAS
Ao marcar o gol de honra da Alemanha Ocidental na final, o zagueiro Paul Breitner se tornou o terceiro jogador a fazer gol em duas finais de Copa do Mundo (ele havia feito na final de 74), igualando o feito dos brasileiros Vavá (que marcou nas finais de 58 e 62) e Pelé (58 e 70). O francês Zinédine Zidane repetiria o feito ao marcar gols nas finais das copas de 98 e 2006.
RETORNO MUNDIAL
TODO EL MUNDO MUNDIAL
Foi a primeira copa em que todos os continentes foram representados. A Europa mandou a Espanha 13 seleções, a América do Sul 4, as Américas do Norte e Central (Concacaf) e África 2 cada uma e a Ásia e Oceania 1 cada uma. Esse fato iria se repetir somente 24 anos depois na Copa do Mundo FIFA de 2006 na Alemanha. SOLEDAD BECERRIL MINISTRA DE CULTURA DE ESPAÑA RECIBE A LA SELECCIÓN ROJA
SHOW, SAMBA Y FÚTBOL –
LA SELECCIÓN QUE JUGABA CON MUSICA
BRASIL 82
Classificação: 5º lugar
Campanha: 5 jogos, 4 vitórias, 1 derrota, 15 golos a favor e 6 golos contra.
Jogos: Brasil 2 X 1 URSS, Brasil 4 X 1 Escócia, Brasil 4 X 0 Nova Zelândia, Brasil 3 X 1 Argentina e Brasil 2 X 3 Itália.
Falcão, destaque do Brasil naquela copa, considerado pela FIFA o 2° melhor jogador da competição, recebeu o troféu Bola de prata.
EL FRACASO BRASILEÑO DEL 82
O livro foi escrito por dois cariocas apaixonados pelo futebol, Gustavo Roman e Renato Zanata Arnos. A obra tem ainda prefácio de Mauro Beting e textos de apresentações de Lédio Carmona e Mauro Cezar Pereira. Os jornalistas entrevistaram jogadores como Zico, Júnior, Leandro, Batista, Oscar, Paulo Isidoro, Adílio e Reinaldo, além de uma enorme pesquisa em acervos de jornais, revistas e livros. Outra ferramenta de pesquisa importante foi o acervo em vídeo de jogos da Seleção Brasileira de Gustavo Roman, um dos maiores do mundo.
Acompanhe a entrevista que os autores deram para o site :
Literatura na Arquibancada: Qual a justificativa de rever a trajetória da seleção brasileira de 1982 em busca de respostas para a eliminação contra a Itália?
Gustavo Roman: Aproveitamos o fato de a derrota estar completando 30 anos e resolvemos desmitificar alguns pontos em relação àquela seleção. É claro que, com a bola nos pés, era um time lindo de se ver jogar. Tínhamos quatro gênios (Zico, Sócrates, Falcão e Júnior) além de outros grandes jogadores (Leandro, Luisinho, Cerezo). Depois de 1970 esta foi individualmente a melhor seleção brasileira que se formou. Infelizmente, taticamente, não podemos dizer o mesmo. Então, posso dizer que a justificativa principal da obra é exaltar, onde o time precisa ser exaltado e ao mesmo tempo, criticar a parte tática da equipe.
LA: Como foi o processo de produção da obra? (tempo, métodos utilizados, acervos, etc)
GR: A obra durou cerca de seis meses para ser concluída. O tempo foi um pouco maior porque assistimos as partidas do Brasil de 77 até 82, para entendermos o processo de formação da equipe. Basicamente, nós atuamos em duas frentes. A primeira, revendo os vts dos jogos (que eu possuo em meu acervo) e a segunda fazendo pesquisas em livros, revistas, blogs, sites e jornais. E, claro fazendo as analises táticas.
LA: Existem novos fatos que explicam a derrota brasileira para a Itália na Copa de 1982?
GR: Acho que existe uma análise em todo o processo. Posso citar como exemplo, o problema da ponta direita. Tita e Paulo Isidoro passaram praticamente os dois anos de preparação para a Copa revezando-se na posição.
Paulo Isidoro
Na estreia da Copa, entra o Dirceu e dali em diante o Falcão. Combinou-se de haver um revezamento para ocupar aquele lado do campo. Entretanto, segundo os próprios jogadores, isso sequer foi treinado. Além disso, ao revermos e analisarmos o videoteipe dos jogos, conseguimos tirar aquela memória seletiva, na qual lembramos apenas dos méritos daquele time, nos esquecendo dos equívocos.
LA: Quais as maiores virtudes e os maiores defeitos da seleção brasileira de 1982?
GR: Acho que a grade virtude daquele time foi colocar em campo os melhores de cada posição com a bola nos pés. Claro que vai haver grande discussão em torno do nome do Serginho e do Valdir Peres, mas 95% do time era formado pelos melhores jogadores, tecnicamente falando.
Comissão Técnica da seleção brasileira
O grande pecado daquela seleção foi a falta de uma estrutura tática mais sólida (decorrente da mudança do posicionamento em cima da hora do mundial). Os avisos foram dados durante a preparação, quando a falta de cobertura dos defensores já era um problema.
LA: No texto assinado no livro pelo comentarista Mauro Cézar Pereira, ele cita: “Fatalidade, azar, casualidade, um dia ruim…”. Para vocês, autores, o que aconteceu?
GR: Na realidade, a Itália tinha um grande time. E naquele dia, além de ter sido mais eficiente, conseguiu jogar dentro de suas características. Vale lembrar que o Brasil jogava com a vantagem do empate e a Azurra teria que atacar.
Porém, não conseguimos atuar nem 10 minutos com essa vantagem. Isso fez com que os italianos ficassem a vontade, jogando da maneira como gostavam, fechados, explorando os contra-ataques. E também tivemos alguns erros individuais naquele dia que prejudicaram, e muito a seleção.
LA: A seleção de 1982, como toda e qualquer seleção, não era “perfeita”. O que faltava aquele grupo?
GR: Faltou um pouco mais de estrutura tática. Um esquema melhor definido, treinado. Com a qualidade individual que tínhamos, se tivéssemos atuado de maneira estruturada, provavelmente teríamos vencido a Copa.
LA: Ao afirmar que “faltou um pouco mais de estrutura tática”, pode-se dizer que Telê falhou?
GR: Não sei falhar é a melhor palavra. O Telê, todos sabem, era adeptos de inúmeros coletivos para acertar o time. E ele passou dois anos preparando o time de uma maneira e na hora da Copa, entrou com outra. O próprio Zico fala no livro que o Paulo Isidoro deveria ter sido titular no mundial, nem que fosse no lugar do galinho mesmo, tal a sua importância tática. O Leandro passou a Copa abandonado por lá. Outra coisa que atrapalhou foi a indefinição do centroavante. Mas acho falhar muito forte. Ele talvez tenha se equivocado. E tudo isso serviu pra ele atingir o ápice a maturidade como treinador quase uma década depois, no São Paulo.
LA: Por que se criou quase um “mito” em torno dessa seleção de 1982, mesmo derrotada na Copa?
GR: Porque foi a última seleção a atuar de forma romântica. Atacávamos mesmo podendo nos resguardar um pouco mais. Além disso quem não gostou de ver Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Leandro, Cerezo, Éder e Luisinho atuando juntos. Eram jogadores fantásticos. Infelizmente, nem sempre vence quem tem mais qualidade.
LA: Levou-se muito tempo para que se reconhecessem as virtudes da seleção italiana naquele jogo e naquela Copa. Conseguiram resgatar algo (com e sobre eles) no livro?
GR: Damos todos os méritos a Azurra. Ela atuou de maneira inteligente, taticamente muito bem definida para explorar as fraquezas do Brasil. E ninguém pode dizer que Antognioni, Tardelli, Zoff e, especialmente Conti (que para nós foi o melhor jogador daquela Copa) eram grandes jogadores. Com a vantagem de ter um esquema tático sólido por trás.
LA: O resultado negativo na Copa influenciou de alguma maneira o estilo de jogo de futuras seleções (brasileiras e de outros países)?
GR: Sem dúvida. O futebol mundial costuma se basear em quem vence. Infelizmente, entendeu-se errado o que aconteceu. A Itália, mesmo defensiva, até por questões culturais, era um baita time. Equivocadamente, passou a colocar-se o time todo atrás, sem alternativas para atacar. Não tenho dúvida de afirmar que se o Brasil tivesse conquistado a Copa, o modelo teria sido o futebol ofensivo.
LA: O que seria, afinal, o tal rótulo de “futebol-arte” que aquela seleção ganhou?
GR: Futebol-arte quer dizer um time técnico, de maneira extremamente ofensiva, jogado com a bola nos pés. Devido a grande qualidade dos jogadores, via-se muitos dribles, jogadas individuais, passes em profundidade. Enfim, acho que equivale ao futebol em sua essência.
LA: O livro tem participações especiais de Mário Marra (CBN), André Rocha e Ariel Judas (correspondente argentino em Nova York). O que trazem exatamente?
GR: São participações muito importantes. O Marra fala um pouco do Reinaldo e o que ele fez em gramados europeus, pouco depois da eliminação da Copa. O André traz todo seu conhecimento tático para as análises que fizemos e o Judas traz a palavra de admiração que aquela equipe conquistou, até mesmo em um argentino.
LA: Para muitos torcedores e jornalistas, a seleção de 1982, mesmo derrotada, seria a melhor da história. Concordam com isso?
GR: Acho que todos vamos concordar que a melhor seleção da história foi a de 70. Depois vem a de 58. Essa foi uma grande equipe, que de tão brilhante, é lembrada até hoje, sem nem mesmo ter chegado as semifinais da Copa. Não é a melhor, mas está certamente entre as melhores.
ENTRENAMIENTO BRASILEÑO
MUCHAS ESTRELLAS JUNTAS NO DA RESULTADO
Choque de estrelas?
Uma crise de relacionamento entre os jogadores que participaram da Copa de 1982 nunca foi admitida pelos atletas, mas alguns episódios dão conta de que o clima entre algumas peças do plantel brasileiro não era dos melhores. A possível rixa no elenco foi reascendia 30 anos depois pelo ex-zagueiro Luisinho, que disparou contra o seu companheiro de posição Edinho.
“O ambiente era muito tranquilo. A única coisa ruim era o fato do Edinho querer tomar o meu lugar no grito. Ele achava que tinha que jogar e dava entrevistas para a televisão e o rádio na tentativa de me tirar do time. A esposa dele também fez a mesma coisa e isso não é normal. É antiético ter uma atitude desse tipo”, destacou o antigo defensor da Seleção.
Surpreso com as críticas, Edinho procurou se defender e negou a existência de qualquer problema interno no grupo. “Eu fico surpreso com isso. Depois de 30 anos ele vir com esse fato agora. Isso não é verdadeiro. A minha esposa nem estava lá na Espanha e nunca deu entrevistas. É estranho, porque a convivência era muito boa.”
EL TRÁGICO VUELO FINAL CANARINHO
3º Ato – As lágrimas do Canário na tragédia do Sarriá
Antes do início da Copa do Mundo da Espanha, o País entoava em coro a música ‘Povo Feliz’, cantada pelo lateral Júnior em uma de suas empreitadas no cenário musical. O refrão “Voa Canarinho, voa; mostra para a Espanha o que eu já sei” de fato ilustrava a expectativa da torcida brasileira. A Seleção tinha a certeza de que o título viria para o Brasil, assim como os próprios jogadores e torcedores adversários. No entanto, o futebol pregou mais uma de suas peças e deixou a tristeza estampada na face de milhões naquele fatídico 5 de julho de 1982.
Com a vitória sobre a Argentina e um saldo de gols maior que o da Itália, o Brasil tinha a vantagem de jogar pelo empate para seguir adiante na competição. O time que fosse para as semifinais enfrentaria a irregular Polônia e praticamente estaria garantido na disputa da grande final do Mundial.
“O Brasil queria ganhar da Itália de qualquer jeito. O empate para a gente era uma vergonha. O próximo jogo era contra a Polônia e eles estavam mortos. Todo mundo estava machucado, não tinha nem gente para colocar em campo”, relata Oscar. “Era um jogo que seria um marco para todos. Mesmo do banco de reservas, eu tinha plena confiança na nossa vitória”, acrescenta Paulo Isidoro.
O otimismo e a confiança exacerbada duraram apenas cinco minutos. Em sua primeira jogada, o desacreditado Paolo Rossi aproveitou o cruzamento da esquerda de Cabrini e testou firme para o gol de Waldir Peres. Convocado após dois anos de suspensão por envolvimento em um esquema de manipulação de resultados na Itália, o atacante nem saiu do chão para acertar a cabeçada que deixou o Estádio do Sarriá perplexo.
O nervosismo ficou evidente no chute para fora de Serginho Chulapa de dentro da área. O atacante ganhou da marcação e errou o alvo ao ficar cara a cara com Dino Zoff. A falha clamou pela participação dos principais jogadores da equipe e levou o time ao empate depois de uma boa trama entre Zico e Sócrates. Aos 12 minutos, o camisa 10 se livrou de Gentile e tocou para o Doutor, que invadiu a área e acertou o canto de Zoff com um forte tiro
A igualdade no marcador deveria ter trazido calma à Seleção, mas não embalou o time nos minutos seguintes. Aos 25, Toninho Cerezo tentou o passe perto da área e tocou mal. Paolo Rossi mostrou oportunismo e aproveitou a indecisão da zaga brasileira para tomar a bola e avançar sem problemas em direção ao gol que recolocaria a Azzurra à frente.
“O torcedor reconhece que aquela foi uma grande seleção, mas alguém precisa pagar por alguma coisa. Se fosse só com o meu erro, o jogo terminava em 2 a 2 e nós nos classificávamos. Nesses 30 anos você procura sempre uma desculpa, só que nunca vai achar. Quando a bola rola, tudo pode acontecer”, se defende Cerezo, duramente criticado após este lance.
As chances criadas pelo Brasil no restante do primeiro tempo não surtiram efeito e levaram a equipe para os vestiários com a desvantagem no marcador. Após o intervalo, o empate só foi ser restabelecido aos 25 minutos, com Paulo Roberto Falcão. O meia recebeu de Júnior na entrada da área e prendeu a bola para estudar a jogada. Toninho Cerezo passou por trás e levou a marcação consigo, dando espaço para que o jogador chutasse de pé esquerdo, sem chances de defesa para o veterano Zoff.
Classificado com o resultado, o Brasil não soube aproveitar a vantagem e levou o terceiro gol apenas cinco minutos depois de ter igualado o marcador. Toninho Cerezo cabeceou mal a bola em um lance despretensioso e cedeu o escanteio. Com todo o time recuado, a Seleção não conseguiu afastar a sobra e viu Paolo Rossi completar para a meta defendida por Waldir Peres.
Epílogo - E o que deu errado para o Brasil?
Recebida por uma multidão extasiada no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, a Seleção de 82 ficou marcada na memória dos brasileiros pelo seu empolgante estilo de jogo ofensivo. Mesmo assim, os questionamentos sobre o que deu errado naquele dia 5 de julho ainda povoam as conversas entre os saudosos torcedores daquela geração.
As opiniões sobre o trágico episódio divergem até mesmo entre os jogadores que participaram daquela partida. Criticado após a eliminação, o zagueiro Luisinho lamentou a forma como o torcedor procurou culpados naquele elenco e atribuiu à falta de humildade do grupo a culpa pela derrota para a Itália.
“Sempre que o Brasil perder vai existir um culpado. Nesse jogo contra a Itália, o que faltou para nós foi humildade. Faltou humildade até mesmo para a comissão técnica. Nós tivemos a chance de jogar com o resultado duas vezes. Eu não digo que isso foi salto alto, mas o Papai do Céu avisa lá em cima. Deveríamos ter percebido que não era nosso dia e segurado o empate”, destacou o defensor
Já Paulo Isidoro enxergou o revés de outra forma e disse que o time teve pena de atacar a seleção adversária. “Nós tivemos humildade demais. A gente tinha que ter atropelado mesmo. A nossa equipe era melhor mesmo e não tinha sentido ficar recuado. Esse foi o nosso grande erro.”
empre que o Brasil perder vai existir um culpado. Nesse jogo contra a Itália, o que faltou para nós foi humildade. Faltou humildade até mesmo para a comissão técnica. Nós tivemos a chance de jogar com o resultado duas vezes. Eu não digo que isso foi salto alto, mas o Papai do Céu avisa lá em cima. Deveríamos ter percebido que não era nosso dia e segurado o empate”, destacou o defensor
Já Paulo Isidoro enxergou o revés de outra forma e disse que o time teve pena de atacar a seleção adversária. “Nós tivemos humildade demais. A gente tinha que ter atropelado mesmo. A nossa equipe era melhor mesmo e não tinha sentido ficar recuado. Esse foi o nosso grande erro.”
Enquanto o debate sobre o que de fato ocorreu durante aqueles 90 minutos permeia o imaginário dos que viveram ou ouviram falar sobre aquela Seleção, a esperança de se ver um time parecido com o de 82 segue viva entre os ferrenhos críticos das atuais apresentações da equipe comandada por Mano Menezes. Em meio a este pensamento, a certeza mantida pelos próprios jogadores que participaram deste Mundial é a de que os anfitriões espanhois absorveram o que viram durante o torneio e conseguiram colocar em campo times que mantêm em sua essência a magia da equipe armada por Telê Santana.
“A Espanha sempre estudou o futebol brasileiro. Eles conseguiram encontrar um futebol sem trombada e objetivo, parecido com aquele que a Seleção de 82 implantou até mesmo sem saber”, destaca Toninho Cerezo. “Essa derrota fez muito mal para o Brasil. O País queria formar um time mais ofensivo e hoje precisa jogar feio para ganhar. Felizmente, a Espanha e o Barcelona estão mudando essa forma de pensar e mostrando a todos que é possível jogar bonito e ganhar”, concluiu o esperançoso Oscar.
LA IMAGEN MÁS MARCANTE DE LA DERROTA BRASILEÑA DE 1982
LOS DIARIOS DEL DR –
UN FILOSOFO DEL FÚTBOL
Os diários do Dr. Sócrates na Copa do Mundo de 1982
As impressões de Sócrates na Espanha foram registradas na história através dos diários do jogador. Publicados em uma coluna da revista Placar, os relatos do que acontecia nos bastidores da Seleção ficaram impressos para as gerações posteriores através das palavras do Doutor.
A saudade de seus familiares e a frustração de não poder conviver com pessoas de outras nacionalidades eram temas recorrentes nos textos escritos pelo Magrão. Seus diários ainda contavam episódios descontraídos, como os aniversários de atletas do grupo e os shows do cantor Fagner na Espanha.
“Foi uma das alternativas que a imprensa encontrou quando a sua presença na concentração foi proibida. O Sócrates escrevia essa coluna, assim como o Cerezo e Júnior tiravam fotos para jornais. Esse grupo era muito unido, nós vivíamos sambando e saindo juntos”, conta Renato ‘Pé-Murcho’, companheiro de quarto do ídolo corintiano na concentração da Seleção de 1982.
Livro analisa "futebol arte" do Brasil de Telê e mostra os erros da seleção de 82
SHOW DEL JOGO BONITO - GENERACIÓN DE ORO
EL EQUIPO FUE MAL ARMADO POR MAURICIO STYCER
Mauricio Stycer: O Brasil foi mal escalado e adotou uma postura tática equivocada na Copa de 82, na Espanha. Trinta anos depois da “tragédia no Sarriá”, a derrota para a Itália por 3 a 2 no dia 5 de julho, dois estudiosos do futebol publicam um livro corajoso, no qual demonstram com clareza os erros cometidos por Telê Santana (1931-2006) na ocasião. “Sarriá 82 – O que faltou ao futebol arte?”, de Gustavo Roman e Renato Zanata, é um trabalho exemplar. Os autores assistiram a 25 das 38 partidas da seleção comandada pelo técnico entre 2 de abril de 1980 e 5 de julho de 1982, além de 21 jogos da equipe dirigida anteriormente por Claudio Coutinho (1939-1981).
Primeira constatação. Coube a Coutinho, ainda em 1979, a primazia de colocar Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates no mesmo time. O quarteto atuou em amistosos contra Paraguai (6 a 0), Uruguai (5 a 1) e Ajax (5 a 0), mas com Zico ou Sócrates se alternando no comando do ataque.
Nesta primeira fase à frente da seleção, Telê dirigiu a equipe em 38 partidas, venceu 29, empatou seis e perdeu apenas três. Com o técnico, o famoso quarteto só jogou junto uma vez antes da Copa de 82, em parte do amistoso contra o Eire, vinte dias antes da estreia na Espanha.
A partir do segundo jogo na competição (Cerezo não participou da vitória sobre a URSS por 2 a 1 por cumprir suspensão), o Brasil adotou o seguinte time-base: Valdir Peres; Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior; Cerezo e Falcão, Sócrates e Zico; Eder e Serginho.
Na visão dos autores, este 4-2-2-2, em substituição ao 4-3-3 mais comum, deixou a equipe com uma dupla deficiência tática pelo la
Observando o rendimento dos atletas à disposição do técnico, Roman e Zanata entendem que “o Brasil, excepcional com a bola nos pés, podia ter apresentado ainda mais qualidade em suas tramas ofensivas e, sem a bola, ter minimizado os riscos, se Telê tivesse mantido o 4-3-3 pré-Copa”.
Para isso, sugerem que o treinador deveria ter descartado Cerezo ou Falcão. Eles mostram que Sócrates (1954-2011), no auge da forma em 1982, atuou diversas vezes com excelente rendimento na função de “falso 9” no lugar que acabaria sendo de Serginho. Já Paulo Isidoro vinha de ótimas partidas como um meia-direita.
Eles acham, assim, que o Brasil atuaria com uma equipe mais equilibrada se jogasse com Batista, Falcão e Zico no meio, e Paulo Isidoro, Sócrates e Eder no ataque. “Um 4-3-3 variando, sem a bola, para o 4-2-3-1, com Batista e Falcão juntos, cobrindo as laterais e articulando a transição ofensiva canarinho”. E ainda: “De posse da bola, o 4-1-4-1, com Falcão se projetando na intermediária oposta em aproximação ao quarteto Isidoro, Zico, Éder e Sócrates”.
Roman e Zanata são enfáticos: “Não há espaço para ‘achismos’ aqui”. A análise da dupla mostra que as falhas da seleção na fatídica partida contra a Itália, há 30 anos, se repetiram em todos os jogos nos quais Telê insistiu numa escalação sem um jogador que apoiasse pelo lado direito do campo.
“Sarriá 82 – O que faltou ao futebol-arte?” tem outras qualidades, além de remar contra a maré do ufanismo. Ao analisar a Copa jogo a jogo, não hesita em criticar Telê, lembra dos diversos erros de arbitragem cometidos a favo
No mercado de livros com temática esportiva, “Sarriá 82 – O que faltou ao futebol-arte?” (Maquinária editora, 128 págs., R$32) é uma raridade. Baseado em ótima pesquisa, propõe uma análise corajosa, contra a corrente, sobre uma das equipes mais queridas pelo torcedor, a seleção brasileira que disputou, e perdeu, a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.
Em sua detalhada pesquisa, Gustavo Roman e Renato Zanata lembram de diversos episódios e personagens interessantes, q
Na análise dos amistosos e jogos-treinos que antecederam a Copa, Roman e Zanata demonstram o erro que Telê cometeu ao preferir Dirceu a Adílio (esq.). Questionam a inexplicável não convocação de Reinaldo (dir.), que estava em boa forma. Lembram do corte de Careca, por contusão, quatro dias antes da estreia.
E, por fim, para o torcedor botafoguense, o livro lembra que, além do goleiro Paulo Sérgio, que foi à Copa como terceiro reserva, Telê convocou diversas vezes, em 1981 e 82, o lateral direito Perivaldo (dir.). Em uma partida, pelo menos, o folclórico Peri da Pituba atuou como titular, no amistoso contra a então Tchecoslováquia, em 3 de março de 1982, no Morumbi. Imagine Perivaldo no Sarriá!
Tenho duas visões diferentes daquela inesquecível derrota, Itália 3 x 2 Brasil, no Estádio Sarriá. A primeira, aos 22 anos, como torcedor, sofri vendo o time do Brasil cheio de craques, com um belíssimo toque de bola, perdendo para um futebol brucutu, cujo destaque da partida, além do Paolo Rossi, foi o violento Gentile. O italiano, que anos depois conheci no mundial de areia em Copacabana, bateu em Zico durante 90 minutos. Já tinha batido no Maradona. Zoff fechou o gol. Foi um desastre. O futebol de resultados venceu o futebol arte. Não consegui engolir a derrota.
Durante anos, acreditei que o Brasil jamais perderia uma revanche para aquela Itália.
Hoje, como analista, sem paixão, revendo as partidas, entrevistando personagens da época, tenho uma visão um pouco diferente. O Brasil foi incompetente. Jogava pelo empate e conseguiu tomar três gols. O time jogava bonito, sem dúvida. Era uma seleção de craques. Leandro, Oscar, Junior, Cerezzo, Falcão, Sócrates e Zico eram jogadores fora de série. Careca fez falta. Ok, mas analisando friamente, o único grande jogo do Brasil foi contra a Argentina.
Existe um certo mito sobre a Seleção de 82.
Na estreia jogou mal. Virou contra a URSS no bico do corvo, beneficiado pela arbitragem. Ok, teve mérito, afinal estreia é sempre o jogo mais nervoso. Depois bateu em bêbado: Escócia e Nova Zelândia. A fragilidade dos adversários gerou uma falsa análise. O time fez uma bela partida contra a Argentina. Foi seu melhor jogo. Depois, vacilou contra a Itália, uma equipe que havia vencido apenas uma partida. Empatou com Peru, Camarões e Polônia. Ora, isso é incompetência. O Brasil não marcou, dançou. Não existe campeão sem defesa. Não estamos falando de retranca, mas defesa. Toda boa equipe precisa ter equilbrio entre defesa, ataque e meio-campo.
Certa vez, no “Discussão entre os Grandes”, programa que eu apresentava na Jovem Pan com Leivinha, Basilio, Minelli e Marinho Peres, recebemos o Chulapa. O artiheiro disse que se jogassem mil vezes contra a Itália, perderiam mil. “Aquela equipe não sabia marcar” disse Chulapa. É a mais pura verdade. Faz sentido.
Aquela derrota mudou a forma de jogar do Brasil. Em 86, Telê voltou mais defensivo. Em 90, Lazarroni comandou o Brasil mais feio que já vi. Em 94, Parreira quebrou o jejum de 24 anos, jogando na retranca, rezando para Romário decidir lá na frente. Era bola no Romário. Deu certo. O baixinho decidiu. O Brasil foi campeão, jogando feio. Apesar da linda conquista, o efeito colateral foi prejudicial. Criou-se no Brasil o mito de que só ganha quem joga feio, na retranca. Não é bem assim. O ideal é o equilibrio. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Dá para ganhar jogando bonito sim. O que não dá é ganhar jogando sem marcação. Hoje, isso é impossível.
Telê conseguiu o equilibrio. O “Mestre” sempre foi muito injustiçado. Entrou e saiu criticado. Antes de 82, Jô Soares pedia: “Bota ponta Telê”. O tempo provou que o técnico estava certo. Depois de 86, ficou com fama de pé frio. Bobagem, Telê conquistou 21 títulos na carreira. Apesar dos três títulos brasileiros, com Fluminense, Atlético Mineiro e São Paulo, Telê só foi reconhecido como fora-de-série após a conquista do Bi Mundial de Clubes.
Normal, eu também demorei para entender Bearzot e o futebol eficiente e equilibrado.
Bearzot foi um técnico vitorioso. Semifinalista em 78, ganhou da anfitriã e campeã Argentina, em Buenos Aires. Em 82 levou o título, merecidamente. Deixou o comando da “Azzurra” depois da eliminação pela França, em 86. Não é fácil participar de três Copas do Mundo, dirigindo uma das maiores seleções do planeta. Bearzot foi fora-de-série.
Aos 22 anos, apesar de zagueiro, futebol pra mim era só ataque e dribles.
Hoje, aprendi a olhar o futebol de uma maneira mais completa.
É preciso saber olhar os dois lados da moeda.
FALCAO Y SU EXPLICACAO – SU PUNTO DE VISTA DE LA ELIMINACIÓN BRASILEÑA
De tanto ser questionado, Falcão tentou dar uma explicação mais autoral ao tema no livro “Brasil 82: o time que perdeu a Copa e conquistou o mundo”, lançado em dezembro de 2012. A publicação reúne depoimentos de todos os atletas que entraram em campo no estádio Sarriá, em Barcelona, em 5 de julho de 1982 (exceção de Sócrates, já falecido na época da edição do livro). Naquela data, a Seleção enfrentou a Itália, precisando de um empate para avançar à semifinal. Após os 90 minutos e três gols do atacante Paolo Rossi, o sonho tinha acabado: 3 x 2 para os italianos.
“Aquela seleção foi tão envolvente, apaixonou tanto as pessoas, que normalmente se busca alguma coisa para justificar o porquê da derrota, mas para aquele time foi difícil achar uma crítica contundente, alguma coisa que resistisse ao tempo”, lembra Falcão, em entrevista ao Portal da Copa. Para ele, o grupo foi vencedor, mesmo sem levantar a taça. “Foi uma seleção marcante. Isso, para a gente que jogou, não deixa de ser uma conquista, o nosso caneco, o reconhecimento”, disse.
Três campeões, uma vaga
Pela primeira vez na história, 24 países participavam de uma Copa. A Seleção estreou contra a União Soviética. A vitória por 2 x 1, de virada, veio no segundo tempo, com gols de Sócrates e Éder. A segunda partida foi diante da Escócia, um consistente 4 x 1, com gols de Zico, Oscar, Éder e Falcão. No terceiro duelo, contra a Nova Zelândia, goleada por 4 x 0. Anotaram Zico, duas vezes, Falcão e Serginho.
Na segunda fase, 12 equipes seguiram na disputa, divididas em quatro grupos. O Brasil caiu ao lado de Argentina e Itália. Eram três campeões mundiais e uma vaga na semifinal. “Ninguém esperava que o Brasil não passasse. Nem o Bruno Conti, que era meu 'irmão'. Assim que a Itália ganhou da Argentina por 2 x 1, liguei para ele e o cumprimentei. E começamos a conversar sobre quando seria a nossa reapresentação na Roma. Ele disse: ‘Dentro da lógica, vou chegar antes’. Ele achava isso, como todo mundo achava”.
O Brasil venceu o clássico com a Argentina, que era a então campeã do mundo, por 3 x 1. A decisão de quem se classificaria para a semifinal ficou entre a “Canarinho” e a “Azzurra”.
Precisando apenas de um empate, por ter melhor saldo de gols, a Seleção começou atrás no placar, com um gol de Paolo Rossi aos cinco minutos. Sócrates igualou sete minutos depois, numa arrancada que começa antes do meio de campo, passa por um drible desconcertante de Zico e um passe perfeito para o Doutor conferir na saída de Zoff. Ainda na primeira etapa, Rossi pôs os italianos na frente.
O Brasil foi buscar a igualdade aos 23 do segundo tempo, num lance síntese do futebol daquela equipe. Júnior traçou uma diagonal da esquerda para a direita do ataque, driblou um adversário e rolou para Falcão, na ponta direita da área adversária. A defesa italiana estava bem postada, mas uma ultrapassagem em velocidade de Cerezo pelas costas de Falcão permitiu ao volante simular o passe e, num jogo de corpo, tirar três italianos da jogada. A bola ficou alinhada ao pé esquerdo de Falcão, na meia-lua. Ele chutou cruzado e venceu Zoff.
“Eu não tinha todo aquele chute no pé esquerdo, não tinha aquela força. O gol foi um desafogo. Pensei: ‘Na pior das hipóteses vamos ficar no 2 x 2’. Foi um gol quase de liberação, de uma luta para chegar à semifinal”, recorda.
No entanto, o camisa 20 da Itália estava inspirado naquela tarde e anotou o terceiro dele e dos italianos aos 29 minutos. “Fomos em cima de novo, tivemos chances. Houve uma cabeçada do Oscar e uma do Sócrates. O Zoff fez milagres”. Ao todo, a campanha brasileira terminou com quatro vitórias e uma derrota, com 15 gols marcados e cinco sofridos.
Segundo Falcão, o sentimento no dia seguinte foi de abatimento geral. “A gente não tem noção. É como se tivesse acordado sem ter dormido. Pardos. Cansados. Evidentemente derrotados. Mas a gente vai se mexendo, juntando os cacos. Estranhamente, foi a primeira e única vez que vi, nesse período como atleta, como treinador e como jornalista, a imprensa brasileira triste. Chocada. Derrotada como o time. Isso é raro. Por quê? Porque viveram com aquela seleção, se emocionaram. A seleção jogava um futebol bonito, vistoso. Isso fez com que a imprensa sofresse junto. Foi um baque”.
A sensação teve o retrato visual imortalizado na capa do Jornal da Tarde, que estampou o rosto emocionado de um menino de 10 anos, vestindo a camisa da Seleção, apenas com os dizeres: Barcelona, 5 de julho de 1982.
PRIMER MUNDIAL D10
España ve debutar en su Mundial a Diego Armando Maradona, otro de los jugadores que disputa ser el mejor de todos los tiempos.
LA GRAN FINAL
A final da Copa aconteceu no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Mas o que era para ser um clássico virou um passeio italiano. A Azzurra passeou em campo, embalada pelas vitórias sobre Argentina e Brasil, e não tomou conhecimento da Alemanha. O 1º tempo termina com 0 x 0. No 2º tempo porém, a seleção italiana abriu 3 x 0, sendo o primeiro gol do carrasco Paolo Rossi, que assim se tornava o artilheiro do torneio, com 6 gols. A Alemanha ainda descontou, mas já era tarde para a reação do time germânico. A Itália era mesmo a campeã, consagrada em cima da Argentina (campeã do mundo), do Brasil (favorito ao título) e da Alemanha (sua maior rival). En la final entre alemanes e italianos, fueron los segundos los que arrancaron mejor y hasta fallaron un penal en el comienzo. Como contra Argentina, los después campeones pusieron varias marcas personales que le dieron buenos resultados. En verdad lo que más resultado dio fue el cabezazo de Rossi para el 1-0. Luego, tras una buena combinación colectiva, Tardelli –símbolo del equipo- puso el 2-0 azzurrro. A pesar de los 40 años de Dino Zoff el arquero, los germanos no pudieron vencer al guardameta ex Juventus y por eso fue campeón por tercera vez en la historia Italia.
Italia, campeón no llegó de la mejor manera. La gente pedía la renuncia de Bearzot, DT de la selección italiana y en los primeros partidos empató los tres ante Polonia, Perú y Camerún. La clasificación a la segunda ronda con Brasil y Argentina parecía ser la muerte, pero venció a los argentinos y ante los cariocas se iluminó Paolo Rossi que con tres goles, firmó el pasaporte a la semifinal ante Polonia, nuevamente Así Italia y Alemania completarían una final europea. Atrás había quedado España derrotada por los germanos 2-1 al comenzar la segunda ronda del certamen. Maradona no pudo La escuadra de casa nunca levantó vuelo y terminó maniatada por su propia impotencia. Argentina por su parte, con un plantel que despertó elogios de todas partes no supo encontrar el deseo de ganar que había mostrado cuatro años antes.
Tal vez por el conflicto antártico, tal vez por el aburgesamiento de algunos de sus jugadores principales, lo cierto es que fue absorbida por las defensas contrarias sin presentar mucha batalla, y su actuación, y la de Maradona, no respondieron a las expectativas previas. Italia como en el ´34 y el ´38 El 8 de Julio de 1982, con el arbitraje del uruguayo Juan Cardelino, en el legendario estadio Santiago Bernabeu de Madrid, Italia consiguió su tercera Copa Mundial.
El resultado final fue de 3-1 contra una Alemania cansada del encuentro semifinal ante Francia y que opuso poca resistencia. Con goles de Rossi, Tardelli y Altobelli contra uno de Breitner, la selección peninsular volvió a tocar la gloria igualando entonces a Brasil con tres Campeonatos Mundiales. Faena ilustre la de aquel conjunto conformado por el veterano portero Dino Zoff, Gentile, Cabrini, Bergomi, Scirea, Conti, Tardelli, Rossi, Graziani y Causio.
Esas cosas del fútbol, del infierno a la gloria en un abrir y cerrar de ojos. Y mientras toda Italia exteriorizaba su alegría, los mariachis volvían a afinar sus guitarras y voces preparándose para su segunda cita mundial en 16 años en México.
RECUERDOS DE UNA COPA DEL MUNDO
ARGENTINA LLEGÓ A ESPAÑA COMO CAMPEONA DEL MUNDO
El Mundial de España lo vivimos intensamente todos, en mi caso de forma especial porque en aquel verano del 82 mi memoria se inundaba de flashes de niñez que disparaban retazos de un pasado en el que una alargada figura surgía de una maraña de piernas y rebotes para hacer un gol bañado en un mar de papelillos cuatro años atrás. Un torneo este de 1982 que a diferencia de lo sucedido en Argentina y por edad, guardo un vivo e intenso recuerdo. Naranjito se convirtió en un buen zumo pero de variado dulzor, puesto que el Mundial español fue un torneo en el que soñamos con lo que pudo haber sido pero acabamos comprobando lo que realmente fue. Lo que pudo haber sido si Maradona no hubiera recibido la terrible marca de Gentileo no se hubiese sentido impotente ante ‘la Brasil de Telé’. En esa línea me pregunto qué hubiera sucedido si ‘la Brasil de Telé’, -que jugaba al fútbol como los dioses- hubiese tenido arriba a un verdadero estilete y no a Serginho, o si la magia de losZico, Sócrates, Cerezo, Eder y Falcao no se hubiera topado con la estela goleadora de Paolo Rossi. O en su caso si en el camino de la Francia de Platini yGiresse no se hubiera cruzado Alemania. Algo similar a lo experimentado por la selección polaca de Lato y Boniek, que sucumbió ante la inspiración de Pablito, que los mandó a casa con dos goles. De la misma forma me pregunto que hubiese sucedido si la selección española hubiera estado a la altura de su condición de anfitrión. Y comprobamos lo que fue porque el espectáculo y el buen juego sucumbieron ante la competitividad, la fortaleza y la eficiencia de dos selecciones que rentabilizaron al 100% sus cualidades y protagonizaron una final muy europea. Esto no quiere decir que no fuera merecido sino que la emoción y la épica llevaron la Copa a manos de Sandro Pertini, mientras que el talento y el buen juego quedaron para siempre en nuestros sueños. En mis retinas quedaron grabadas exhibiciones de fútbol de cracks de la talla de Zico, Platini, Lato, Falcao… y los chispazos de magia de un salvadoreño llamado Jorge González que emergió de un chaparrón de goles ante la selección de Hungría.
En todo caso lo que quedó para la historia fue aquella final disputada en el Estadio Santiago Bernabéu el 11 de Julio de 1982, en la que dos bicampeones se retaron en duelo por la propiedad de la copa mundial, el poder ante la eficacia, Alemania ante Italia. De un lado un equipo italiano dirigido por Enzo Bearzot, conjunto en el que Pablito Rossi -apuesta personal del técnico- comenzó jugando de forma irregular para luego convertirse en el futbolista más determinante del Campeonato.
Oportunismo y eficacia en estado puro el de Rossi, el que coronaba la pirámide de un equipo que yendo hacia atrás encontramos en su apoyo a Graziani desprendiéndose, junto a ellos a la derecha, el talento y la clase de Bruno Conti. La zona media basada en la incansable misión de contención de Oriali, a su lado Marco Tardelli, medio también defensivo pero dotado de gran llegada. Y en misiones defensivas más madera, un por entonces joven lateral diestro de 18 años llamado Bergomi, la clase de Scirea junto a la solidez de Collovatti, la grandeza de Antonio Cabrini en el lateral zurdo y la impenitencia y dureza de Claudio Gentile, implacable marcador. En la meta toda una leyenda, Dino Zoff, muy veterano pero extraordinario, sobrio, alejado de las estridencias y la espectacularidad.
La Squadra de Bearzot, que superó una tras otra todas las críticas y vicisitudes por las que tuvieron que pasar durante la preparación y el desarrollo del torneo -especialmente en la fase de liguilla-. Conjunto que usaba como nadie las contras, que dentro de su concepto defensivo no dejaba en el olvido la creatividad y que durante aquel mundial solía jugar con un 4-3-3 con la aportación creativa de Antognoni y el talento de Alessandro Altobelli.
En el lado contrario la selección alemana dirigida técnicamente por Jupp Derwall, antiguo ayudante del legendario Schöen, un técnico también cuestionado pero continuador de un estilo propio del fútbol alemán en el que la fuerza se impone pero en el que la clase y el talento proponen. Un equipo que basa su fuerza en la solidez de la zona media y la potencia y capacidad resolutiva de sus atacantes. Con Harald Toni Schumacher en la portería, un meta de peculiar carácter, felino y cercano a la estridencia, a la espectacularidad. En defensa Manny Kaltz, majestuoso lateral diestro del Hamburgo de tremenda eficacia y recorrido, con la pareja formada por los Forster en el eje central de la zaga, ambos del Stuttgart -Karl y Bernd-, en el lateral zurdo
Hans Peter Briegel, un poderoso tren de mercancías que sube y baja de forma incombustible. Apoyados en misiones de defensa libre por Stielike. La zona media es para el legendario Paul Breitner y Dremmler, que trabajan apoyados por las arrancadas de Kaltz por la derecha y Briegel por la izquierda.
Y arriba Pierre Littbarski, un extremo pequeñito, rápido y de una tremenda calidad junto a Karl Heinz Rummenigge, Balon de oro, uno de los mejores delanteros del mundo de la época que enlaza con el ariete Klaus Fischer. En el banco y entre otros a la espera Felix Magath, talento y organización y el gigantón Horts Hrubesch, un monstruo en el aire que resultó crucial en momentos puntuales para el conjunto de la RFA en aquel mundial. Por tanto dos grandes equipos que protagonizaron una final dirigida por el colegiado brasileño Arnaldo Coelho. Choque que se inició en su primera mitad con un arranque demoledor de Alemania, que con sendas acciones de Pierre Littbarski y Rummenigge pusieron cerco a la meta defendida por Zoff. Paso previo a unos minutos en los que lo más destacable fue la lesión de Graziani tras choque con Wolfgang Dremmler, una acción que provocó su retirada del terreno de juego y la incursión al mismo de Sandro Altobelli. Así hasta el minuto 23 de partido en el que aparece la figura de Bruno Conti para darle emoción al partido. En una maniobra inteligente Conti a pase de Altobelli logra encarar a Briegel y este le derriba haciéndole penalti, decretado de forma inmediata por el colegiado brasileño.
Antonio Cabrini se encarga de coger el balón pero quiere ajustar el esférico demasiado y manda el balón fuera lamiendo el poste de derecho de Schumacher. Oportunidad perdida que quizás puso en alerta a ambos equipos, que posiblemente pensaron más en no encajar gol que en arriesgar hasta el término de los primeros 45 minutos de juego.
La segunda mitad en cambio fue distinta, había que jugársela y los alemanes impusieron un ritmo más alto de juego. Como respuesta el conjunto italiano comenzó a hacerse dueño del centro del campo de forma paulatina. Así el juego pasó a estar controlado por los azzurri que pronto dieron su primer golpe. Corría el minuto 57 cuando una falta cometida sobre Conti y botada de forma inteligente -mientras los alemanes reclamaban al colegiado-, dio paso a una internada por la banda derecha de Gentile, que libre de marca aprovechó para mandar un centro que conectó el omnipresente Paolo Rossi con un cabezazo a la red que puso el 1-0 en el marcador.
Primera explosión de júbilo de los italianos y el partido que pasó a jugarse a otra velocidad. A partir de ese momento Alemania abrió líneas, Derwall dio entrada a Hrubesch, que tuvo su oportunidad con un cabezazo que no logró dirigir adecuadamente.
Y luego aquel legendario minuto 69 en el que pudimos contemplar una de las celebraciones más intensas de la historia de los campeonatos mundiales. Festejo que culminó una bonita jugada de la squadra italiana, una contra trenzada que arrancó en las botas de Gaetano Scirea, pasó por Altobelli, que tras regatear a Briegel conectó con Rossi. ‘Pablito’ muy inteligente se percató de la carrera de Scirea, y le pasó el esférico para que este resolviera con una acción de tremenda clase, un taconazo para Rossi, que en el área le devolvió la pared para que Gaetano habilitara la llegada de Marco Tardelli. El medio de la Juve que cayendo conectó un zurdazo con toda su alma y desde unos 17 metros que se clavó cerca del palo derecho de la meta de Schumacher.
Éxtasis absoluto en la celebración, Tardelli se lanza sobre sus rodillas y toca el cielo con su expresión, Sandro Pertini estalla de alegría, olvida el protocolo y hace reír al Rey, e Italia parece decantar la final. Pero con alemanes en la pelea nunca se puede afirmar que el resultado es definitivo y la selección italiana tiene que luchar hasta el final.
La confirmación de la victoria llegó en el minuto 81, con el tanto de Altobelli, que en otra contra iniciada por Conti y en una bonita acción, estableció un 3 a 0 maquillado dos minutos más tarde por Breitner, que cerró el partido y abrió el pasillo de honor. La gloria es para Italia que lo merece y se convierte en el segundo seleccionado de la historia en coronarse tres veces campeón del mundo, pero el sueño roto será siempre para Brasil.
EL HINCHA SIMBOLO DE ESPAÑA : MANOLO